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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Como escolher seu curso de idiomas / Entrevista com o professor Joelson Silva

Cursos de línguas: saiba como fazer a escolha certa.

O GUIA EXPRESSO entrevista o Professor Joelson Silva, formado em letras pela UFRJ, professor de inglês e português há 20 anos para empresários de grandes empresas no Rio e na Baixada Fluminense, e que atualmente é o diretor pedagógico do ASW Idiomas, curso que há 28 anos oferece um leque de 9 idiomas a seus clientes.

Guia Expresso: Professor Joelson, o senhor já atua no ensino de línguas há bastante tempo, que conselhos o senhor daria a quem vai escolher um curso de línguas hoje em dia?

Prof. Joelson Silva: Bom, Raphael, não há nenhuma fórmula mágica para se acertar na escolha, na verdade é mais uma questão de saber se o curso oferece aquilo que você precisa ou quer.

G.E.: Como assim?

J.S.: Veja, até bem pouco tempo atrás, acreditava-se que o melhor caminho era o da indicação. Você conhecia uma pessoa que estudava no curso, ela dizia pra você que o curso era bom e pronto, você ia lá e fazia sua matrícula.

G.E.: De que forma isso mudou?

J.S.: As pessoas estão aprendendo que só isso não basta. Um curso, qualquer que seja, pode ser bom para o seu vizinho e não servir para o seu filho. São pessoas diferentes com pensamentos, opiniões e necessidades diferentes. É importante que, além disso, as pessoas procurem saber se o serviço vai ser bem prestado.

G.E.: E existe uma maneira de saber isso?

J.S.: Hoje em dia você pode contar com instituições como o PROCON e o código de defesa do consumidor no caso do descumprimento do serviço ou se a pessoa se sentir lesada de alguma forma, mas é importante, na hora de escolher o curso, tomar certos cuidados. Por exemplo: saber há quanto tempo o curso funciona naquele endereço e há quanto tempo existe no mercado. Há muitas franquias que não dão certo e fecham num prazo de um a dois anos em média e isso é muito ruim porque, além de, manchar a imagem daqueles que estão fazendo um trabalho sério, não garante ao aluno condições para que ele termine o curso que iniciou. Cursos que estão há mais tempo no mercado podem oferecer garantias maiores porque já atravessaram crises e mais crises e sobreviveram, o que mostra experiência na hora de lidar com as adversidades.

G.E.: Isso já é suficiente então?

J.S.: Claro que não. É aconselhável que se assista pelo menos uma aula antes de fazer a matrícula. Isso pode auxiliar o futuro aluno a identificar, com o uso do material didático em sala de aula, a abordagem metodológica do curso. Certos cursos enfatizam apenas a conversação, deixando a gramática por conta do aluno e ele é que tem que correr atrás.

G.E.: Isso é, de alguma forma, prejudicial?

J.S.: Não exatamente. Se o aluno tem tempo de estudar a estrutura da língua que está aprendendo, isso irá facilitar o aprendizado porque ele vai saber o que está dizendo e não apenas repetindo feito papagaio. Dessa forma, quando ele precisar se expressar e gerar suas próprias frases, não vai ficar dependendo de palavras ou frases “decoradas”. Outra coisa que também é importante: saber quanto vai pagar, se possível, durante todo o curso. Alguns cursos oferecem bolsas com descontos incríveis na mensalidade ou no material, mas quando vira o semestre ou o ano, o aluno é pego de surpresa com um reajuste na mensalidade a qual ele se vê incapaz de pagar e acaba tendo que interromper o curso porque ficou muito caro. A duração do curso também é um item de muita importância. É bom não se iludir, você só levou 12 ou 24 meses pra aprender a falar quando criança porque estava cercado de pessoas que falavam português o tempo todo e também porque seu cérebro era jovem e não conhecia outra língua. Isso é um estado que se assemelha ao que chamamos de imersão, mas quando se estuda em um curso com carga horária de 10 ou 12 horas por mês, muitas vezes só se tem contato com a língua em sala de aula, por isso não se pode esperar milagres sem dedicação.

G.E.: Antes de começar nossa entrevista o senhor havia dito que o ensino de línguas virou mercadoria, o que o senhor quis dizer com isso?

J.S.: Antigamente as coisas eram diferentes. O donos de cursos de línguas eram professores que tinham amor ao que faziam e que por serem bem sucedidos conseguiam montar uma escola de línguas e dar continuidade a um trabalho sem depender do salário do magistério, hoje, os cursos se multiplicaram porque tudo que você precisa é ter dinheiro para investir e ser dono de uma escola de línguas. Não estou dizendo com isso que sou contra a prática de franquias, muito pelo contrário, mas se por um lado, ampliou o mercado de trabalho para professores que saiam formados das faculdades e que antes eram apenas absorvidos pelas escolas públicas e particulares e que agora encontram outra opção nos cursos de línguas, por outro, aquela figura do professor bem sucedido e dono de uma escola de línguas se tornou coisa rara de se ver.

G.E.: O inglês ainda é a língua mais procurada, professor?

J.S.: É sim. Embora hoje tenhamos um contato maior com países de língua espanhola, alemã e, mais recentemente, chinesa, o inglês ainda continua a ser a língua mais procurada. Isso não é uma realidade apenas no Brasil, o inglês é falado como segunda língua em quase todo o mundo. Inclusive, a título de curiosidade, o inglês é mais falado na China do que nos Estados Unidos. Claro que lá ele é ensinado como uma segunda língua, mas como o que não falta na China é gente, é fácil entender o porquê. Além do mais, por ser o inglês a língua adotada para o comércio mundial, o próprio povo chinês hoje estuda inglês para fazer negócios com o mundo o que explica atualmente a grande procura na China por cursos de inglês.

G.E.: Parece que hoje tem muita gente querendo aprender chinês, não é?

J.S.: Não chega a ser tanta gente assim, talvez porque seja um curso, na maioria da vezes, ainda muito caro, mas é só a mídia dizer que o Brasil está fazendo negócios com a China, e pronto, aparece um bando de gente interessada. Tenho minhas dúvidas quanto a pensar se um dia o chinês vai ocupar o lugar que hoje é do inglês no cenário mundial, mas acho esse interesse bastante saudável porque quando se aprende uma segunda língua também se aprende cultura e isso ajuda a compreender e a respeitar aquilo que de início poderia causar estranheza e até gerar preconceito.

G.E.: O curso que o senhor administra oferece oito idiomas, mas não o chinês, por quê?

J.S.: Não tem nada a ver com a procura. Como você vai notar, lá nós oferecemos línguas de varias origens: as neo-latinas como o francês, o italiano e o espanhol, as anglo-germânicas como o inglês e o alemão, as semitas como o árabe e o hebraico, mas a única representante das orientais que oferecemos lá é, realmente, o japonês. Não é nenhum preconceito; na verdade, nos já tínhamos interesse pelo chinês há uns 6 anos atrás, mas tivemos algumas dificuldades em encontrar uma única metodologia que nos dissesse onde terminava o básico, onde começava e terminava o intermediário, e onde se estaria no avançado. Estas informações são essenciais para o nosso cliente, se não temos isso, não podemos oferecer o curso.

G.E.: Professor, que último conselho o senhor daria para quem está interessado em aprender uma segunda língua?

J.S.: Não tenha medo de entrar no curso e fazer as perguntas que achar necessárias para saber o que deseja antes da matrícula. Procure ver o material didático, saber a quantidade de alunos por turma porque quanto maior for esse número, menores serão as chances de aprendizado, questione sobre a formação dos professores e certifique-se de que o que é oferecido serve ao seu interesse, o mais é bons estudos e boa sorte.

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